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Alexandre Herculano: um dos maiores defensores do património nacional

28 de Março, 2024

Escritor, historiador, jornalista e poeta português, Alexandre Herculano nasceu a 28 março de 1810. Autor do poema Tristezas do Desterro, que serviu de inspiração a António Soares dos Reis para criar O Desterrado, escultura de maior relevo e destaque da coleção do Museu Nacional Soares dos Reis.

 

Encontra-se representado na coleção de escultura do Museu Nacional Soares dos Reis, através de um busto em gesso de autoria de Anatole C. Calmels, datado de 1879.

 

Alexandre Herculano foi um dos maiores defensores do património nacional, sendo por isso patrono do Dia Nacional dos Centros Históricos, criado em 1993, comemorado anualmente a 28 de março. A data pretende recordar a importância dos centros históricos enquanto elementos de cultura e património que encerram um elevado valor histórico.

É considerado o pai da historiografia portuguesa e os seus poemas e romances transformam-no numa figura fundamental do romantismo. Colaborou e fundou várias revistas e jornais de âmbito cultural e noticioso.

 

Aprendeu os rudimentos da investigação histórica fora do circuito académico, que foi obrigado a abandonar por razões económicas. Devido à sua oposição ao Miguelismo é obrigado a exilar-se, primeiro em Inglaterra e depois em França, onde contacta com obras de historiadores, romancistas e poetas estrangeiros que vão ter grande influência no futuro do seu trabalho. Em 1832, desembarca no Mindelo com as tropas liberais e participa na defesa do Porto.

 

A parte mais significativa da obra literária de Alexandre Herculano concentra-se em seis textos em prosa, dedicados principalmente ao género conhecido como narrativa histórica. Esse tipo de narrativa combina a erudição do historiador, necessária para a minuciosa reconstituição de ambientes e costumes de épocas passadas, com a imaginação do literato, que cria ou amplia tramas para compor os seus enredos.

Excerto do Poema ‘Tristezas do Desterro’, de Alexandre Herculano

 

‘Não sentida uma lagryma fugiu-me,
E devorou-a o mar. A vaga incerta,
Que róla livre, peregrina eterna,
Mais que os homens piedosa, irá depo-la,
Minha terra natal, nas praias tuas.
Essa lagryma acceita: é quanto póde
Do desterro enviar-te um pobre filho’.

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